JORNAL LOGRADOUROS
04/02/2014
O público é diferente do privado
Por: Por
Eduardo Augusto Pinto
Veja a seguinte questão: uma determinada empresa
privada perdoa a dívida de inúmeros credores; faz novos empréstimos para
financiar e refinanciar obras de infraestrutura de outras empresas; não promove
as reformas e as obras em sua infraestrutura, especialmente as que visariam
melhorar a qualidade de vida de seus funcionários, deixando de resultar,
inclusive, em lucros e, pior ainda, passa a não mais pagar as suas dívidas.
Assim agindo, esta empresa privada estará diante de
atos, digamos, até pré-falimentares, os quais poderão levá-la à extinção, não
se cogitando sobre a possibilidade dela vir a se recuperar, judicialmente.
Note-se que jamais o dono de uma empresa necessitada
deixará de empregar valores em sua infraestrutura para investir nas empresas
dos outros!
E mais. Caso isso venha a ocorrer, será mesmo algo
irreal ou outras coisas mais, sob a análise e a conclusão de cada um dos
interpretes.
Na vida privada, a pessoa poderá fazer o que lhe é
permitido e o que não lhe seja defeso/proibido, nos exatos termos da lei e do
bom senso, pois se vier a feri-los, poderá vir a sofrer as consequências.
Numa empresa privada, o dono sabe que se fizer o
que não pode fazer, certamente responderá pelo seu ato, ou seja, cairá mesmo na
sua cabeça.
Agora, na empresa pública e nos entes públicos em
geral, os seus atuais gestores podem até perdoar a dívida de inúmeros credores;
fazer novos empréstimos para financiar e refinanciar as obras de infraestrutura
de outros entes públicos, até externos; com isso, deixando de efetivamente
promover as reformas e as obras em sua infraestrutura, estas que, certamente,
melhorariam a qualidade de vida de seus concidadãos.
E não param por aí, não! Ainda, na gestão da coisa
pública, eis que deixam de pagar as dívidas, a interna e a externa, pois que,
em regra, não serão atingidos pela predita “lei de falência” e, nem mesmo, pela
lei da moral, que é não fazer para os outros, o que não quer que faça para si.
É fácil gastar o que está depositado nos cofres
públicos, pois somos nós, cidadãos, que estamos pagando, com o recolhimento dos
impostos escorchantes, e com o suor e o sangue do nosso trabalho diuturno, a
régia conta desta pífia cortesia.
Ora, não se pode fazer na vida pública o que se faz
na privada!
Aqui está presente, mais uma vez, o velho
provérbio: “É fácil fazer cortesia com o dos outros, ou seja, com o do povo”.
E-mail: cidadaniadireitoedever@gmail.com
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