JORNAL LOGRADOUROS
23/01/2014
O "escondidinho" do Metrô na estação Alto do Ipiranga
Por: Por
Eduardo Augusto Pinto
Com sérias
dificuldades no andar, por causa de problemas na coluna cervical, e, ainda, com
uma tremenda vontade de urinar, por conta dos inúmeros medicamentos que tenho
de tomar diariamente, eis que, na última quinta-feira, 16, por volta das 10h,
comecei a procurar pelo “Escondidinho do Metrô”, na Estação Alto do Ipiranga,
ou seja, procurei pela placa indicativa do sanitário para portadores de
necessidades especiais.
Depois de
muita busca e a consequente não localização, dirigi-me a uma funcionária do
Metrô, que afirmou não existir banheiro para deficientes físicos no local, “mas
vou abrir uma exceção para o uso do banheiro dos funcionários”, disse.
Pasme,
pois quando foi aberta a porta que mantinha os dizeres “PROIBIDA A ENTRADA”,
havia outra indicativa, clara e precisa: “SANITÁRIO PARA DEFICIENTE FÍSICO”,
sendo certo que a fala da funcionária foi, inclusive, confirmada pelo
encarregado de Estação.
Achei
estar diante de um incrível absurdo, no que diz respeito a esconder as placas
de orientação de sanitários para uso de portadores de necessidades especiais
atrás de uma placa “PROIBIDA ENTRADA”, pois o acesso aos sanitários para
portadores de necessidades especiais é um direito, e que deve estar devidamente
sinalizado.
Isso não
é um favor, inclusive, na Estação Ana Rosa, também não existe respeito com as
pessoas portadoras de necessidades especiais, pois para descer da Linha Verde e
acessar a Linha Azul, é necessário utilizar-se de um elevador, sem comando
automático.
E mais,
para as pessoas portadoras de necessidades especiais, usarem o dito elevador,
são obrigadas a ficar apertando o botão de chamada, até o elevador chegar onde
elas estão para, então, ingressar no elevador e ter de acionar a manete de
controle para baixo, até nivelar com o piso onde vão descer, podendo, até
mesmo, vir a sofrer sério acidente com isto.
Saliento
que nos prédios particulares antigos, que colocaram o sistema para atendimento
de pessoas portadoras de necessidades especiais já existem o elevador com
comando automático.
O Metrô,
que tem uma maior circulação de pessoas com necessidades especiais, ainda não
fez o mesmo, ou seja, não instalou elevadores com comando automático.
Veja que
o que está ocorrendo no Metrô: enquanto deveria melhorar no dia a dia, é
exatamente o inverso.
A piora e
a falta de qualidade no atendimento violam frontalmente as leis que regulam as
condições de acessibilidade para as pessoas que são portadoras de necessidades
especiais.
Eduardo
Augusto Pinto é advogado em São Paulo/SP.
E-mail: cidadaniadireitoedever@gmail.com
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