19/12/2013
O túnel
do tempo natalino no histórico bairro Ipiranga
Por:
Eduardo Augusto Pinto
Todos nós
já ouvimos falar que o túnel do tempo é um portal imaginário, que nos leva a
uma viage
m no tempo, do presente ao passado ou ao futuro, como queiram os organizadores
do espetáculo.
É um verdadeiro espetáculo
imaginário, o qual substitui o circo do passado.
Geralmente os portais/túneis do tempo são encenados
nos filmes que vemos sobre o tema com suas entradas revestidas de uma majestosa
iluminação, as quais atraem e encantam os olhares dos mais diversos
expectadores.
Ao adentrarmos no bairro do Ipiranga (zona sul de
SP), pela sua porta principal, ou seja, pela Avenida Dom Pedro, nós nos
encantamos com a iluminação decorativa de Natal ali instalada; é um verdadeiro
colírio a refrescar os olhos dos cidadãos, ao menos na ocasião natalina!
Mas esse é um portal passageiro, pois só deverá
durar até o “Dia de Reis”, 6 de janeiro, quando será retirado e, portanto, o
portal de entrada se fechará novamente e, com isto, a escuridão que reinava
nessa famosa avenida voltará ao seu reinado, pela falta da devida iluminação
pública e da poda nas árvores, estas, inclusive, que impedem a pouca luz
existente de chegar à via pública.
Na continuidade do portal, temos a iluminação das
árvores do corredor do Parque Independência e até a colocação de uma árvore de
Natal na área da frente do Monumento, a qual possui uma linda estrela
flamejante que atrai inúmeros olhares afixados de quem passa por lá, mas acaba
por não olhar onde pisa, sem notar, assim, o piso solto e deteriorado, Por
conta disso, o cidadão pode levar um tombo, com as mais diversas e sérias
consequências para a sua saúde.
Cabe salientar que a verba para a iluminação
natalina temporária existe e, para o restauro do bem histórico tombado, altar
da Pátria, berço da Nação brasileira, não!
O cidadão, depois de adentrar ao histórico bairro
do Ipiranga, Berço da Nação Brasileira, pelo magnífico portal futurista
temporariamente instalado na Avenida Dom Pedro, com o seu término, já será
conduzido, imediata e novamente, ao passado longínquo, com a vista do Parque
Independência sem a devida manutenção, sendo que este merece todo o cuidado dos
administradores públicos envolvidos, especialmente pelo seu valor histórico e
significativo para todos os cidadãos brasileiros.
Sabemos que o tempo deteriora os bens do passado,
principalmente quando os homens do presente não cuidam de fazer a devida
manutenção periódica, para que eles cheguem intactos ao futuro.
Há que se salientar que a responsabilidade pela
manutenção do Parque Independência é da Universidade de São Paulo - USP -, na
parte onde está localizado o Museu/Palácio, o qual se encontra interditado pela
falta de manutenção, servindo de belo exemplo dado pela própria USP.
A manutenção do restante do Parque é de
responsabilidade da Prefeitura do Município de São Paulo - PMSP -, a qual
precisa ser procurada com uma lupa e, ao final da minuciosa busca, não é mesmo
encontrada!
O cidadão entrando no Ipiranga voltará, de imediato
e novamente, ao passado no túnel do tempo, com as luminárias do século passado
instaladas, pois as mesmas não iluminam em nada, facilitando a ocorrência de
furtos e assaltos, sempre possibilitando emergir vítimas.
Ainda no Ipiranga do passado, temos os semáforos
antigos e ineficientes, pois que, com qualquer chuva, já param de funcionar,
levando a região ao caos.
Em termos de semáforos, também estamos vivendo em
um passado remoto, pois as autoridades responsáveis pelo gerenciamento do
trânsito ainda não perceberam que no nosso bairro se instalou a gloriosa
instituição Padre Chico, a qual cuida de prestar ensinamento aos deficientes
visuais; portanto, há a necessidade de instalação de semáforos com dispositivos
sonoros, para poder orientá-los, quando em trânsito local.
Também falta, em matéria de sinalização de
trânsito, a pintura nas lombadas que ainda existem e a pintura de faixas de
pedestres etc.
Veja que buracos nas vias públicas não faltam e as
calçadas estão intransitáveis, tornando-se uma verdadeira consagração do
passado, mas não no túnel do tempo, mas sim, na dura realidade atual.
Constata-se que não é preciso voltar ao passado ou
caminhar ao futuro, para constar que unicamente os equipamentos que visam à
arrecadação da Prefeitura funcionam cem por cento, como, por exemplo, os
radares inteligentes, os semáforos que multam etc.
Este é o trágico retrato do histórico Ipiranga,
símbolo de liberdade da Nação Brasileira!
Se o símbolo máximo da liberdade encontra-se assim,
o que se dirá do restante do nosso País!